Louis Riel by Chester Brown
Chester Brown é um comic artist canadiano de renome não só no seu pais, como em todo o mundo. Eu diria que é mesmo um dos maiores artistas do nosso tempo, a par de outros mestres como Chris Ware, Daniel Clowes, Charles Burns ou Seth para me ficar apenas por aqui. É o autor celebrado de grandes obras da Nona Arte como “Ed the Happy Clown”, “The Playboy: A comic book”, “I Never Liked You”, “The Little Man: Short Strips 1980-1995”.
Constantemente à procura da perfeição, a mais recente etapa no caminho de Chester Brown em direcção à excelência é “Louis Riel: A Comic-Strip Biography”, nada menos que a história de um mártir político do Canadá da segunda metade do Séc. XIX. A prova de que a banda-desenhada não pode ser desdenhada e deve ser cada vez mais assumida como aquilo que realmente é: a Nona Arte. “Louis Riel” é então acima de tudo um livro de história, mas que nos ensina de uma forma lúdica e artística, com um cuidado enorme no traço (aqui muito inspirado em Hergé) e no texto, com uma sensibilidade para o enredo brilhante e uma elegância extrema, num preto e branco incólume.
A forma como Brown cruza os aspectos mais macro da história de Riel - a revolução que lançou e a clarificação das diferenças entre as origens inglesas e francesas daquele país – e os aspectos mais micro - as angústias religiosas do homem e a fina linha que separa a loucura da genialidade – tornam a leitura desta biografia desenhada uma obsessão e uma obrigação.
Não admira que tenha sido considerado pela Time uma das melhores obras de 2003 e tenha sido candidato ao prestigiado Eisner Award em 2004.
A edição que adquiri foi a espanhola (Ediciones La Cupula- onde se trata a banda desenhada como deve ser), mas o original em inglês pode ser adquirido através da Drawn & Quarterly. Confesso que a leitura em espanhol tornou o livro ainda mais mágico.
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